A ministra Nancy Andrighi, atual corregedora-nacional de Justiça, mandou um ofício pessoal aos colegas do STJ afirmando que abdica de concorrer da presidência da Corte. Em verdade, ela abdica da presidência, pois a eleição é mera formalidade. Com efeito, a tradição da Corte é de se obedecer a ordem de antiguidade e a ministra, vencido o biênio do CNJ, fatalmente substituiria o ministro Falcão. Nancy afirma na missiva abdicatória que deseja voltar à jurisdição, como magistrada.
Assim, a ministra Laurita Vaz, natural de Anicuns, deve assumir o comando da Casa, ao lado do ministro Humberto Martins como vice e com João Otávio de Noronha como próximo corregedor Nacional de Justiça.
Membros da corte apontam desgastes internos como decisivos para a opção da ministra. Algumas posições dela têm desagradado os colegas, o que tem dado argumentos para que ela não seja eleita presidente do tribunal, quebrando a tradição de escolha do mais antigo.
Alguns ministros afirmam que, diante da possibilidade de não ser eleita, Nancy preferiu se adiantar e desistir da candidatura a expor mais uma vez problemas internos da corte.
Biografia da goiana
Laurita Vaz formou-se em Direito em 1976 pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Especializou-se em Direito Penal e em Direito Agrário na mesma instituição.
Foi promotora de Justiça do Ministério Público do Estado de Goiás entre 1978 e 1984, quando ingressou no Ministério Público Federal como procuradora da República. Foi promovida a procuradora regional em 1997 e a subprocuradora-geral da República em 2000. Foi membro do Conselho Penitenciário do Distrito Federal entre 1986 e 1998, presidindo-o de 1995 a 1997.
Em 2001, foi nomeada ministra do Superior Tribunal de Justiça, em vaga destinada a membro do Ministério Público. Compôs o Tribunal Superior Eleitoral de 2011 a 2014.
Fonte:www.rotajuridica.com.br